Monday 19 January 2009

Discurso de Olmert de 17/01/2009

Agradeço ao André (Na Mira do Hamas) pela parceria na tradução do texto. Mais tarde o vídeo do discurso será postado. Clique aqui para o texto do discurso em hebraico.
Achei o texto do discurso muito bom, aproveitem a leitura.

Cidadãos de Israel, boa noite.

No sábado a noite, exatamente há 3 semanas, nos colocamos aqui perante vocês: meu colega, Ministro de Defesa Ehud Barak, a Primeira-Ministra substituta, a Ministra do Exterior Tzipi Livni e eu, e detatalhamos as considerações e os objetivos que nos levaram a sair para uma operação militar na Faixa de Gaza.

Hoje, estamos novamente aqui e podemos dizer que foram criadas as condições que tínhamos como meta, conforme foram definidas quando saímos para esta operação e foram atingidas completamente e até além disso:

O Hamas sofreu um golpe duro, tanto no seu poderio militar como na infra-estrutura do seu governo. Seus líderes estão se escondendo. Muitos de seus homens foram mortos. As fábricas de mísseis foram destruídas. Os canais de contrabando de armas através de dezenas túneis foram explodidos. A capacidade de transporte de armamentos dentro de Gaza foi atingido. Diminuiu a quantidade de lançamentos de mísseis em direção à Israel. Os locais de lançamento de onde a maioria dos mísseis foram lançados, estão sob o controle do exército de israel. A estimativa de todos os departamento de segurança é que a capacidade do Hamas sofreu um forte golpe que afetará suas capacidades governamentais e militares a longo prazo.

O exército de Israel e o seviço de segurança geral gerenciaram com sucesso uma missão brilhante, com o uso de todos os componentes da força de Israel - por terra, mar e ar. A campanha militar foi caracterizada pela determinação, sofisticação, coragem e capacidade de inteligência e militar excepcionais que trouxe diversos êxitos significativos. A campanha atual comprovou novamente a força de Israel e fortaleceu a capacidade de "ameaça" perante aqueles que a ameaçam.

Os reservistas, que são a base da força do exército, provaram que o espírito voluntário e sua presença sacrificar existe e é palpitante. As forças se prepararam substancialmente, equiparam-se com tudo que lhes era necessário e assim puderam demonstrar seu profissionalismo e sua coragem.

Durante todos os dias de combate, os civis israelenses demonstraram sua força, perante as centenas de mísseis e morteiros que foram lançados indiscriminadamente contra a população estimada em 1 milhão de habitantes. Foram exatamente os civis que souberam criar uma base forte que nos fortaleceu e nos deu a capacidade de continuar com a batalha. Dois anos de preparação dos civis provaram que soubemos aprender as lições e nos preparar de maneira apropriada. O governo e as autoridades locais das regiões atacadas souberam gerar tolerância, força de resistência e o mesmo espírito de força que possibilitou ao escalão do governo tomar as decisões corretas sabendo que os civis podem resistir às consequências delas.

O governo de Israel como um corpo tomador de decisões, demonstrou uma unidade objetiva e trabalhou de maneira profissional e coordenada para atingir seus objetivos. As decisões foram tomadas todas de maneira responsável e racional, depois de reflexão e discussões profundas. O governo, como poder executivo, soube suprir as necessidades e requisitos da população e das forças combatentes.

Além das conquistas devemos lembrar neste momento também aqueles que cairam e aqueles que sacrificaram suas vidas para conquistar uma realidade melhor no Sul. A operação cobrou as vidas de 3 habitantes do sul e 10 de nossos soldados. Nossos corações estão com suas famílias nesta noite. Nós desejamos a recuperação aos habitantes do Sul e aos soldados do exército de Israel que se feriram ao longo da operação.

Hoje, principalmente por causa das conquistas da operação militar, a comunidade internacional como um todo está pronta para se mobilizar para trazer a estabilidade, e sabe que para isso o processo de fortalecimento do Hamas deve ser finalizado. Para isso chegamos a entendimentos - sumamente importantes - que garantirão que o fortalecimento do Hamas diminuirá. Consolidamos entendimentos com o governo egípcio sobre temas importantes e centrais que trarão a diminuição considerável do contrabando de armas e sua chegada do Irã e da Síria até Gaza.

Na última Sexta-Feira, assinamos um acordo com o governo americano, no qual os Estados Unidos são recrutados para dar os passos necessários, junto com os outros países da comunidade internacional, para evitar o contrabando de armas para os organizações terroristas de Gaza. Eu gostaria de agradecer e valorizar o trabalho da Ministra do Exterior e Primeira-Ministra Substituta por seus atos para conseguir este documento, por sua contribuição pessoal para os processos políticos, e pelo amplo esforço diplomático que conduziu nas últimas semana, o qual contribuiu enormemente para o respaldo internacional que foi dado aos esforços israelenses contra as organizações terroristas encabeçadas pelo Hamas.

Hoje recebi uma carta do primeiro ministro da Inglaterra, Gordon Brown, do primeiro ministro da Itália, Sr. Silvio Berlusconi, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e do presidente da França, Nicolas Sarkozy, no qual os quatro expressaram um profundo compromisso de ajudar de todas as maneiras para que armas não consigam chegar às organizações assassinas de Gaza.

Não há dúvidas que sem a operação militar determinada e bem sucedida não poderíamos chegar ao entendimento político que junto formam a imagem completa de uma enorme conquista.

Cidadãos de Israel

O governo decidiu pela operação em Gaza depois de uma longa reflexão, e somente depois que fracassaram as tentativas de parar por outros meios o fogo e as outras atividades de terror do Hamas. Israel que saiu de Gaza até o último milímetro em meados do ano de 2005 - para NÃO VOLTAR, se encontrou sob uma chuva de mísseis. O Hamas dominou pela força a Faixa de Gaza e decidiu atacar as cidades do Sul com grande vigor. Os métodos que o Hamas utiliza, não são conhecidos no "nosso mundo". Estabeleceu forças militares em bairros residenciais densamente povoados, agiu usando a população como escudo humano, e agiu usando a cobertura de mesquitas, escolas e hospitais, transformando a população palestina em reféns de suas ações terroristas, sabendo que Israel, que respeita valores supremos, não agiria. A liderança do Hamas, que vive no exterior de forma tranquila e confortável, continuou a determinar políticas extremistas, ignorando o sofrimento da população e claramente sem a vontade de querer melhorar a sua situação.

O Hamas em Gaza foi construído como uma base de força do Irã, respaldado por ele tanto financeiramente como com treinamentos e fornecimento de meios de combate avançados. O Irã, que tenta se afirmar como uma hegemonia na região, tentou reproduzir suas estratégias com o Hezbola no Líbano também na Faixa de Gaza. O Irã e o Hamas entenderam a contenção israelense como fraqueza. Eles erraram! Eles foram surpreendidos!

O Estado de Israel provou a eles que contenção é uma manifestação de força e ela foi executada de maneira determinada e sofisticada quando o evitável se transformou em inevitável.

Durante a operação o Estado de Israel mostrou sensibilidade nas suas operações para evitar, o quanto fosse possível atingir a população civil que não estava envolvida com o terror. Nos momentos em que havia dúvida que ataques contra os terroristas afetaria a população civil inocente, evitamos agir. Não existem muitos países que fariam como fizemos. Não temos nenhum conflito com os habitantes de Gaza. Nós vemos a Faixa de Gaza como parte do futuro estado palestino, com o qual nós queremos ter uma vida de boa vizinhança, e esperamos o dia da realização da visão de dois países.

Durante os dias da operação tivemos ações diversificadas e extenuantes com o objetivo de cuidar das necessidades humanitárias da população palestina. Permitimos a passagem de equipamentos, alimentos e medicamentos para evitar uma crise humanitária. Além disso, decidi nomear o ministro Itzchak Herzog, ministro do bem-estar social, para liderar este esforço, e o gabinete o instruiu hoje para investir todos os esforços para criar um plano detalhado para que nos próximos dias se possa dar uma resposta apropriada e completa às necessidades da população de Gaza. Quero expressar uma grande apreço pelas organizações internacionais que atuaram e atuam sem parar e nos ajudam proporcionar à população de Gaza condições de vida apropriadas. Israel seguirá atuando em colaboração com elas, especialmente nos próximos dias e semanas, em nome da população de Gaza.

Cidadãos de Israel

Hoje, antes da reunião do governo, conversei com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, que me apresentou a iniviativa egípcia e seu pedido de cessar-fogo. Agradeci o presidente pelo compromisso egípcio de trazer uma solução à crise e pelo papel importante que o Egito tem no Oriente Médio. Eu trouxe a mensagem do presidente ao gabinete, com o conjunto total de logros que tivemos na operação e o alcance das metas. O gabinete decidiu aceitar minha proposta de declarar cessar-fogo.

A partir das 02:00 desta noite Israel cessará suas atividades ofensivas na Faixa de Gaza, e seguirá em prontidão dentro da Faixa de Gaza e em volta dela. Há de se lembrar que o Hamas não é parte do acordo que chegamos. Estamos falando de acordos de vários países no qual uma organização terrorista como o Hamas não tem e não deve ter participação. Se nossos inimigos decidirem que não bastam os golpes que já sofreram, e que estão interessados em seguir com o combate, Israel estará pronto e se sentirá na liberdade de seguir e responder com força. O Hamas se surpeendeu algumas vezes durante as últimas semanas. Ele não conseguiu prever a determinação do Estado de Israel e a seriedade de suas intenções de trazer uma mudança à realidade da região. Os líderes do Hamas não acreditaram que o Estado de Israel saísse para uma operação militar desse porte na véspera de eleições; o Hamas não previu o poder da ofensiva militar e acima de tudo - não previu os seus resultados. O Hamas ainda não sabe estimar o golpe duro que levou, e se o Hamas decidir seguir com os ataques terroristas, ele se surpreenderá novamente com a determinação do Estado de Israel. Eu não sugiro a ele ou a outras organizações terroristas nos testar!

Minhas palavras hoje a noite não serão completas sem que lembramos o soldado capturado Gilad Shalit. A cerca de cem metros daqui há uma manifestação pela sua libertação, e eu respeito cada um de seus integrantes. Os intensos esforços para a libertação de Gilad Shalit começaram muito antes da operação, seguiram durante ela e seguirão também depois. O governo de Israel atua de diversas formas para trazê-lo para casa, e durante os dias da operação fizemos diversas atividades que nos aproximaram desta meta. Devido à sensibilidade do assunto - não entrarei em detalhes. Apenas direi que Gilad está no topo de nossas preocupações e não precisamos que nos lembrem do assunto. Tenho esperança também hoje a noite que possamos vê-lo em breve junto de sua família.

E para terminar, algo pessoal:
Durante semanas estou observando dia e noite o povo de Israel que está em um esforço sem precedentes de lutar e realizar seu direito de auto-defesa. Eu vi os valentes soldados, nossos queridos e amados filhos, vi seus comandantes e o espírito que instigaram neles, vi os habitantes do Sul, sua valentia e a liderança dos prefeitos que se preocuparam e suprir as necessidades de sesu habitantes, vi também a atividade da autoridade da frente civil que em silêncio e eficiência organizou todo a operação de ajuda à região Sul, e escutei as famílias que perderam alguém. Queridas famílias: as palavras que disseram, a dor que expressaram, a valentia que nos transmitiram, são a base da força do povo de Israel. Em nome de todo o povo, em nome do governo de Israel, eu compartilho de sua dor profunda e lhes agradeço pelo incentivo, força e inspiração que sua postura forte provê a todo o povo.

Quero dizer algo aos moradores de Gaza: antes que começasse a operação, e durante ela, eu me dirigi a vocês. Nós não os odiamos, não queríamos e não queremos atingir vocês. Queríamos proteger nossas crianças e seus pais, suas famílias.

Sentimos dor por atingir cada criança palestina e membros de sua família que foram vítimas da cruel realidade que criou o Hamas e tornou vocês em, vítimas.

O sofrimento de vocês é terrível. Os seus gritos de dor - tocam o coração de todos nós. Em nome do governo de Israel, quero expressar meu pesar por termos atingido cidadãos não envolvidos, pela dor que os causamos, pelo sofrimento que eles e seus familiares sofreram em consequencia da insuportável situação que o Hamas criou.

O acordo que chegamos com o Egito, o respaldo internacional dos Estados Unidos e de países europeus. tudo isso não garantirá que o fogo do Hamas cesse. Se cessar por completo, o exército de Israel considerará sair de Gaza na data que lhe convier, e se não cessar, o exército seguirá agindo para defender nosos cidadãos.

Agora é o momento de expressar apreço e valor, antes de mais nada, pelo meu companheiro Ministro da Defesa pelo seu trabalho, pelo grande esforço que teve, pelo seu talento, profissionalismo e compreensão que expressou durante todo o caminho. Muito obrigado a você. Quero agradecer aos soldados do exército de Israel, a seus comandantes, ao general da autoridade da frente civil, Yoav Galant, ao chefe do estado-maior Gabi Ashkenazi. Ao serviço de segurança geral, a seus combatentes e a seu chefe, Yuval Diskin. Ao Mossad e a seus combatentes secretos e a seu chefe Meir Dagan. À polícia de Israel e aos serviços de resgate da Estrela-de-David Vermelha e dos bombeiros. Feliz é o povo que tem um exército e serviço de segurança e resgate como esses.

Quero expressar esperança que hoje a noite se fez um primeiro passo para uma outra realidade de segurança e paz aos habitantes de Israel. Do fundo do coração agradeço ao povo de Israel, a seus combatentes e comandantes pela valentia e pela solidariedade social que expressaram nessas semanas.

Esse é o segredo de nossa força - é a base de nosso poder, é a esperança de nosso futuro.
Obrigado.

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