Friday 23 September 2011

Opinião: Discurso de Netanyahu

Aí vão algumas opiniões soltas sobre o discurso de Netanyahu na ONU.

- Desnecessário dizer que o povo judeu esteve aqui [estou em Israel] há 4000 anos, e há 2700 anos, etc. Não que não seja verdade, mas não contribui em nada. Em um acordo de paz, esses fatos não são relevantes, a situação atual é que conta. O reino de Salomão era muito maior do que esse pedaço de terra onde estou, e não por isso algum judeu (são) está exigindo Damasco ou Amman.

- Netanyahu é um excelente orador. Não concordo com tudo que ele disse, mas seu discurso conseguiu me tocar. Gostei de sua proposta de se encontrar com Abu Mazen em New York. Pode ser um blefe, algo que se diz para jogar a bola para o outro lado da quadra, mas de qualquer forma, esse é o espírito: mais diálogo, e o quanto antes.

- Netanyahu tem razão que o conflito já existia antes de haver assentamentos nos territórios, que antes de 1967 os palestinos não reconheciam o direito de Israel existir. Disso ele conclui que os assentamentos de hoje não são a causa do conflito. Em lógica se chama isso de Non Sequitur, i.e., a conclusão não decorre das premissas. O fato é que hoje existe uma liderança palestina legítima que reconhece Israel e que os assentamentos impedem o avanço da paz (não nos esqueçamos do fundamentalismo islâmico).

- Netanyahu deveria ter dito que a criação do estado palestino é a coisa certa a se fazer, que á justo que eles tenham um país. Isso sem dar respaldo a todas as reivindicações palestinas (direito de volta dos refugiados por exemplo), mas haveria de ser reconhecer que todos os governos de Israel tem responsabilidade em parte da injustiça da condição em que os palestinos se encontram hoje (eles próprios tem boa parte também, antes que me mandem emails irados).

Opinião: Discurso de Abu Mazen

Aí vão algumas opiniões soltas sobre o discurso de Abu Mazen na ONU.

- Os palestinos devem ter um estado próprio? Certamente. Esse estado deve ser (aproximadamente) nos territórios conquistados em 1967? Sim. O que não dá é chutar o balde e pintar Israel nas cores mais negras, se livrando de parte da responsabilidade do fracasso do processo de paz.

- Concordo com Abu Mazen em alguns pontos relacionados à ocupação. Israel não deve seguir construindo em nenhum lugar dos territórios, isso apenas dificulta um futuro acordo entre as partes. Se Israel é sincera quando diz que quer um acordo, é seu dever congelar as construções indeterminadamente. Isso não acontece, portanto concluo que o atual governo israelense não é tão sincero assim, o que provavelmente é verdade.

- Chamar Israel de Terra Santa é um absurdo. Não ajuda em nada, só atrapalha. Por causa de pessoas que acreditam que a terra é santa que estamos onde estamos. Ambos os lados tem que renunciar para haver um acordo. Quem impede o processo de paz por motivos de "santidade da terra" é fundamentalista, nada menos.

- Abu Mazen deveria ter falado sobre o fundamentalismo islãmico e a parte dos palestinos na situação em que nos encontramos. Talvez não nessas palavras, mas com esse espírito. Cada lado contou a sua própria narrativa e ignorou totalmente a do outro. Esse não é exatamente um ponto de partida ideal para um acordo definitivo...

Desafios em se definir a fronteira

Os vídeos abaixo são de uma excelente reportagem do New York Times.

Part 1: The Key Issues Explained


Individual Voices - Different video perspectives on Israel and a Palestinian state


Part 2: The Battle of the Barrier


Individual Voices - Different video perspectives from both sides of the barrier


Part 3: The Settlement Issue


Individual Voices - Different video perspectives about the settlements issue

Tuesday 20 September 2011

Israel os quer de volta

Nova campanha do Ministério da Absorção, chamando os israelenses que vivem fora do país para voltarem.

-Daddy, daddy, daddy. Aba [pai].
Eles sempre seguirão sendo israelenses. Os seus filhos não. Ajude-os a voltar a Israel.


-Noa, como vai?
Tudo bem.
-E que festa é hoje, você sabe?
Christmas!
Eles sempre seguirão sendo israelenses. Os seus filhos não. Ajude-os a voltar a Israel.


-Ah, agora eu entendo por que você não queria ir à festa! Música, velas... Por que a gente não fica hoje em casa? Dafna, o que é isso? [Dafna está lendo algo sobre Yom Hazikaron no computador]
Eles sempre seguirão sendo israelenses. Os seus companheiros nem sempre entenderão o que isso significa. Ajude-os a voltar a Israel.

Sunday 4 September 2011

Durban 3

Vídeo muito bem feito, sobre a facilidade em que se passam resoluções na ONU contra Israel.